terça-feira, 11 de outubro de 2011

Posts sábios (VI)

(...) Espantoso é também que ninguém fale da Irlanda. Não falam em Bruxelas nem em Berlim os patrões do dinheiro, não falam os jornalistas nos jornais nem nas televisões, apesar de o défice da Irlanda ser o dobro do da Grécia - mais de 32%. E de a dívida ser também colossal para utilizar uma expressão tão cara aos nossos governantes.
A razão é muito simples: é que o défice da Irlanda foi contraído para salvar os bancos em consequência da “borbulha” imobiliária - uma constante da cultura neoliberal - que só se tornou um “pecado” porque rebentou. É essa sua génese que quase o torna virtuoso para a gente de Bruxelas e de Berlim, não obstante o seu extraordinário montante.
Verdadeiramente, o que eles reprovam, o que eles invejam, é o estilo de vida dos gregos. O sol, as praias, as esplanadas, as ilhas, aquela convivência serena com os deuses. O que eles não aceitam é que os próprios deuses tenham sido criados à imagem e semelhança dos homens. Sem imperativos categóricos nem máximas calvinistas. Sem verdades absolutas em nome das quais se combate a religião do outro, se discrimina, se extermina até, se necessário for. É isso que os bárbaros não aceitam. Viva a Grécia!
ICI

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