quinta-feira, 27 de outubro de 2011

D.Fuas contra a Europilhagem


O nosso contributor JSP e a senhorita Angelita Merkel entusiasmados com as ideias do ministro Álvaro-Oktoberfest.
foto Iphone 4

Lamentando esta justificável delonga, aqui estamos para saudar o regresso do webmaster Mad Dog Clarence, retido contra à sua vontade na prisão do Crato, e, claro, ajudar à ‘laranjada’.
Por uma vez, juramos respeito à agrura da situação, afinamos pela consistência e demonstraremos seriedade perante o quadro hilariante desta república albanesa, que acelera desregulada e com o depósito na reserva.

Pois. A questão é simples...em política não se deve ter razão antes do tempo. E os portugueses mal chegados à modernidade, e ainda muito formatados à canga caridosa e à mediocridade temperada, não estavam preparados para o golpe de génio, aquele vol fou desafiado por Sócrates.

E que nos propunha o primeiro político verdadeiramente pós-moderno em Portugal? Que fizéssemos surf na onda do endividamento geral, que nos esgueirássemos nos tubes dos défices, e, chegando primeiro à praia do governo económico, primus inter pares, merecêssemos dos pobres e estreitos europeus o devido “tributo”. Deverá ler-se tributo como perdão da dívida, embora não seja um perdão nem exista dívida.

Mas não, não foi assim, vingaram os arreliantes atavismos, o temor, o respeitinho, a parcimónia e outras escatologias. Trocámos o surf genial pelo nosso particular empobrecimento todo-o-terreno. Substituímos Sócrates por Xantipa. E preparamo-nos para cambiar o Euro pelo Morabitino, pelo Escudo, pelo Cruzado, pelo Espadim de Prata. Não chega? Homessa, venham os Reais Pretos, o Centavo de Bronze ou o Chinfrão. Seja o que for que possa ser trocado por Patacos.

Já estamos adivinhando o nosso Gaspar com uma indisfarçada sombra de alegria no austero rosto de gato pingado anunciando, em comunicação ao país, naquela melopeia quasi afásica, lenga-lenga tóxica, a boa nova: Portugueses...cagámos no Euro. Viva o Novo Escudo.
Desconfiada, a massa de ratinhos, interpelará o falso Gaspar: mas isso é dobrão ou sapeca?
Melhor, muito melhor. Esqueçam a nota verde, o iene, o yuan. O Novo Escudo flutuará contra um cabaz de divisas (hard currency) com futuro: Futebol, Fado e Fátima. ALELUIA!

Dispensando-nos de descrever os números do festival financeiro e da inevitável, incontornável recessão económica, paramos para ganhar fôlego e acompanhar a torna das toupeiras a su casa. Su buraco.

Eis senão quando no firmamento rasga-se uma luz brilhante. É um pássaro, é um avião, é um bávaro? Não, é o nosso Álvaro. ALELUIA!


Felizmente, temos o nosso Economista, heterónimo Álvaro. Ouro em Montemor, gás natural em Faro, petróleo em Peniche, platina em Carrazeda de Ansiães, diamantes no Gerês, tungsténio no Vale do Ave, jade na Bobadela, urânio em Poiares, zinco na Cova da Beira, ferro em Alcoutim e algum titânio em Mem Martins. Para não falar dos muitos depósitos de neodímio e lutécio. E montes e montanhas de estrôncio.

Ecco. Parafraseando o nosso amigo Táxi Pluvioso...Portugal, regressado à sua relevância natural, voltará a despertar a inveja do Mundo.

Para o boneco ficar completo e o final ser feliz, falta-nos apenas contratar, para tanta mina, uns milhões de magaíças, easy, dadas as boas relações com as províncias ultramarinas, e para governar esta puteiro...um cafetão e uma cafetina.Bem hajam.

JSP, aka XICONHOCA.COME

2 comentários:

  1. Não há dúvida que o chuto para fora o euro será doloroso, mas que diabo! isto é um país pra frente com um povo a apanhar por trás. Os 99% gostarão e os 1% adorarão.

    Portugal já não é um mito, é um desmito, que venha a Rio Tinto!! Haverá "pitróleo", nas esquinas, como antigamente. O Bairro Alto tinha muito mais encanto com as esforçadas trabalhadores do horizontal, do que com essas cursadas, superiormente ou secundariamente, atrapalhadas com o delta de Vénus.

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