sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Javali vai dormir

Tintim, Chris Patten e o Pastel de Nata (à atenção do Álvaro)

“Desembarquei (ChekLap Kok) às 16 horas…às 17.15 já estava a comer um pastel de nata”. Quem assim confessava, na pretérita semana, orgulhosa e candidamente, a sua loucura por pastéis de nata... era nada mais nada menos do que ( Lord) Chris Patten, o último governador inglês de Hong Kong. Declaração singela, pois, mas foi citada em todos os média da RAE da China.
Pang Fei (Fat Patten) é uma espécie de embaixador informalmente plenipotenciário, espontâneo e voluntário, pro bono e benevolato, de uma das criações mais sublimes do génio culinário lusitano. E volta sempre ao local do crime: Hong Kong, mais precisamente Kowloon. Pouco importa que o trouxessem à ex-colónia britânica os ulteriores papéis de memorialista político, documentarista, enquanto espairecia na Provence, depois na Comissão Europeia, na chancelaria de Oxford ou BBC. First things, first.
Pousar a mala e ala para a confeitaria. Acompanha-o sempre uma pequena multidão que entusiasmadamente entope a circulação para ver Pang Fei a dragar um par de ‘natas’ do fornecedor de eleição. Um pasteleiro chinês, comme il faut.

E pergunta-se porque razões o close encounter com as “portuguese egg tarts”, que deveria ter ocorrido em Lisboa, ou em qualquer um dos milhares de franchisados no espaço português, se concretizaria na China? Ora, isso pouco importa. A questão é, sim, como se explica que, tendo o pastel de nata sido introduzido por portugueses no território de Macau, não encontramos Portugal nesta epopeia do pastel de nata na Ásia? Já os encontrámos, os pastéis de nata, perdão, portuguese egg tarts, para além de HK e Macau, em Osaka, Kyoto, Singapura, Taipé. Anunciados sob o rosto sorridente do seu criador: (Lord) Andrew Stow.

Feita a apresentação. Isto serve para chamar a atenção do Álvaro para as ideias peregrinas do seu colega Portas. Este ficou com a tutela da ‘diplomacia económica’, embora a ideia seja de Martins da Cruz, mas afortunadamente ainda está em fase de estudo. Seja, anda a correr mundo a contar cabeças, e anda a correr as cabeças para contar os novos Oliveira da Figueira. Daí o título Tintim.

Isto é. Doravante, aos nossos diplomatas, hoje em dia limitados aos “pequenos exercícios de representação”, na leitura de Umberto Eco, e não sendo oportuno, justificável, até humano, exigir-lhes, sei lá, produção de “intelligence”, será exigida uma criativa, agressiva, postura Oliveira da Figueira.
Por exemplo, o novo embaixador do governo Steps Rabbit deve trocar o fatito Brioni por um velho Maconde, a senhora triz guardará a carteirita Hermès informal para exibir uma bolsa de cortiça. Se desafiados ao Krug devem responder com Raposeira. Devem aproveitar todas as ocasiões protocolares para tentar vender coisas da nossa terra. Um relógio, uma garrafita de azeite, conservas, software, palitos Lusitanos.

ProntoS. Não podem dizer que nos furtámos ao dever de ajudar a Pátria. Agora, o Javali Sentado vai dormir.

Mas continuamos atentos, por outros meios, e não vamos permitir que destruam o melhor de Portugal. AS forças do mal, os habituais inimigos da democracia, conspiram, conjuram, para desferir o golpe definitivo e mortal na Liberdade. Eles querem matar o Major Alvega.

JSP aka XICONHOCA.COME

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